SORTE DE REBAIXADO

juvenal

Os deuses do futebol não perdoam certas coisas. Parece que eles apenas esperam uma mistura específica de elementos para começar a passar a perna no time. Essa tal mistura compreende confusão política, jogadores sem confiança e nem sempre bons de bola, torcida cobrando e comissão técnica perdida. O boicotado do momento é o São Paulo.

Na minha opinião, o São Paulo não tem time pra cair, mas a realidade está aí para quem quiser contrariar. O fato é que o clube parou no tempo, deu mais atenção a rivalidades políticas internas e externas do que ao time dentro do campo. O autodenominado Soberano se achou assim mesmo quando começou a escorregar para dentro das mãos de Juvenal Juvêncio.

Este senhor trabalhou muito bem lá dentro, mas agora mais atrapalha do que ajuda. Como diretor de futebol montou o time campeão da Libertadores e do Mundial em 2005, para no ano seguinte ser eleito presidente e conquistar três brasileiros consecutivos, além da Sulamericana do ano passado. Ele colocou um ponto final numa fase “pipoqueira” do time, que não ganhava mata-mata nenhum e até a torcida comparecia de amarelo.

Colocado num pedestal pelo presidente que, ao que parece, se acha acima de outros mesmo, o time se perdeu. O presidente que confunde tirar sarro com preconceito começou a se perder ao demitir Muricy Ramalho. Continuou se perdendo ao demitir Ricardo Gomes. Daí para frente meteu o pé na lama mesmo. Você vê que o barco tá afundando quando o Emerson Leão é contratado. Ao recorrer ao mais antiquado dos técnicos do Brasil a coisa tá feia.

Já começaram as matérias relativas ao número de pontos do São Paulo atual com o Palmeiras de 2002 e 2012 e o Corinthians de 2007. Daqui a pouco começam as matérias dizendo que o rebaixamento não ocorre no próprio campeonato, mas de um conjunto de fatores acumulados nos anos e é isso que estou tentando dizer.

No Palmeiras destes anos, tinham alguns jogadores razoáveis como Zinho e Arce em 2002 e Barcos e Marcos Assunção em 2012. No Corinthians de 2007 é mais difícil dizer, mas tinha um veterano Vampeta, Felipe no gol e Finazzi, que por pior que fosse sabia fazer gols. O São Paulo de 2013 tem Ganso, Luis Fabiano e o mais que veterano Rogério Ceni. O que isso prova? Que 3 ou 4 jogadores bons no elenco não salvam nada.

Paulo Autuori já foi um bom técnico. Foi campeão brasileiro com o Botafogo em 1995, campeão mineiro e da Libertadores em 1997 com o Cruzeiro. O São Paulo de 2005 caiu no colo dele depois de uma montagem de elenco excelente do Cuca e posteriormente, vejam só vocês, um bom trabalho do Leão, que prevendo sua habitual decadência no cargo teve que largar o time no meio do caminho porque já tinha assinado com um time sei lá de onde. Enfim, atualmente Autuori passou de médio para fraco e seu retrospecto prova isso.

A primeira fase para ser rebaixado já está concluída pelo São Paulo: presidente vencedor e ditador, brigas na diretoria e no elenco que acabam afastando um ou outro jogador e demitindo o técnico de então. É contratado um técnico médio, com algum nome.

Segunda fase: diante da incapacidade do time de reagir faz-se uma segunda limpa, demitindo este técnico, apostando em qualquer um pelo desespero, e mais alguns jogadores são descartados. Esta peneirada nos protagonistas do campo faz com que o time tenha uma cara de aguerrido, valente sem talento (Aloísio provavelmente será o símbolo dessa fase), que até vale num primeiro momento, mas que é feito de forma tardia e acaba não adiantando. O São Paulo ainda não caiu. Tá encaminhado, mas não caiu, ainda.

As coincidências com os grandes da capital e times de outros estados que caíram é gritante. Achar que está cedo para se desesperar faz parte também da mistura do rebaixamento. Vamos ver então se o J.J. desce do seu pedestal, deixa de se prestar ao papel ridículo que anda fazendo e mantém o São Paulo na primeira divisão.

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